De um livrinho de poemas de minha estante, Zoo imaginário, do paraibano Sérgio de Castro Pinto, compartilho "A coruja". Considero os textos deste livro pertencentes àquele raro e difícil tipo de obra capaz de comunicar-se com crianças e com adultos de todas as idades, como ocorre aos filmes de Chaplin.
As ilustrações são desenhos a bico de pena do artista plástico Flávio Tavares, que não se deve confundir com o escritor homônimo. A publicação é da editora Escrituras.
A coruja
são todo ouvidos
os teus olhos
de vigília.
olhos acesos,
luzeiros
de sabedoria.
olhos atentos
à geografia
do dentro,
és uma concha.
um encorujado
caramujo.
monja em voto de silêncio.
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