Prevejo que dezembro será um mês com fôlego nas postagens. Estive mais ausente do blog do que gostaria em novembro. Tive a seleção do Mestrado em Literatura, precisei preparar e apresentar um seminário na disciplina que curso, como aluno especial, do mesmo programa de pós-graduação, houve meu aniversário, que consome tempo na obrigação prazerosa de atender aos apelos de familiares e de amigos para comemorações, além das fogueiras de tempo de sempre: trabalho, relacionamento, amizades, visitas de gente querida a Brasília. Concluídas essas etapas, consegui terminar algumas leituras e retomar outras, agora falta comentá-las aqui.
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O livro que mais trabalho me dará vai ser Viva o povo brasileiro. Li-o, como sabe quem acompanhou postagens recentes aqui, por causa do seminário referido no parágrafo acima. Se toda obrigação fosse assim prazerosa e transformadora, eu viveria submetido a elas. O problema para tratar desse romance de João Ubaldo Ribeiro aqui será a dificuldade de abarcar a grandiosidade desse texto. É impossível fazer jus ao todo que ele significa, e disso sobressai o desafio de fazer recortes que sejam cirúrgicos e relevantes. A seleção será muito complicada, eu provavelmente não ficarei plenamente satisfeito com o resultado, contudo é preciso fazê-la.
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Darei notícias também sobre Cangaços. Apanhado de textos de Graciliano Ramos sobre as manifestações do cangaço, inclui crônicas, ensaios e capítulos de romances como "Vidas secas" e "Caetés". A unidade temática da coleção é reforçada por notas explicativas e contextualizadoras, e um posfácio dos organizadores sintetiza os aspectos formais e conteudísticos comuns, além de sugerir liames desses textos com a obra de Graciliano considerada globalmente. A prosa do escritor alagoano, louvada há décadas com muita razão, a meu ver, dispensa comentários e responde por boa parte do prazer proporcionado pela leitura deste volume.