04/02/2015

"A coruja", poema de Sérgio de Castro Pinto


De um livrinho de poemas de minha estante, Zoo imaginário, do paraibano Sérgio de Castro Pinto, compartilho "A coruja". Considero os textos deste livro pertencentes àquele raro e difícil tipo de obra capaz de comunicar-se com crianças e com adultos de todas as idades, como ocorre aos filmes de Chaplin. 



As ilustrações são desenhos a bico de pena do artista plástico Flávio Tavares, que não se deve confundir com o escritor homônimo. A publicação é da editora Escrituras.



A coruja

são todo ouvidos
os teus olhos
de vigília.

olhos acesos,
luzeiros
de sabedoria.

olhos atentos
à geografia
do dentro,

és uma concha.

um encorujado
caramujo.

monja em voto de silêncio.

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